O mês de Janeiro passou e estou muito satisfeita por ter conseguido cumprir a primeira meta do meu desafio de leitura. Houve alturas em que achei que não ia conseguir e houve alturas em que estava tão entusiasmada que achei que me ia superar. No fim de contas o que importa é que se consegui ler um livro numa semana, também devo conseguir ler um livro todas as semanas. A próxima meta é ler mais 4 livros no mês de Fevereiro (sem contar com os livros de desenvolvimento pessoal).
Uma coisa que estou a aprender com este desafio dos 52 livros é a distribuir a leitura não só ao longo do dia, como também ao longo da semana. Tenho uma altura do dia em que me comprometi ler, mas sempre que tenho oportunidade leio também noutras ocasiões.
Para além disso, também percebi que muitas vezes não vou conseguir ler o livro que escolhi numa semana, pois alguns livros têm mais de 300 páginas (mais ou menos o que percebi que consigo ler no máximo numa semana). Foi o caso dos “Pilares da Terra” que são dois volumes que ultrapassam as mil páginas. Li estes livros em pouco mais que duas semanas e aproveitei a ocasião de estar constipada para me debruçar nesta história apaixonante.
O segredo é pensar em número de páginas e compensar ao longo do mês. Se tenho um livro com 600 páginas que quero ler, já sei que quando o acabar devo ler um livro mais pequeno para recuperar o tempo de leitura. Para já tem resultado e este mês cumpri o meu objectivo de ler 4 livros num mês (em média um livro por semana).
Para saberem mais sobre os meus desafios de leitura para 2017, leiam aqui o meu post. Para saberem mais sobre o meu “Desafio: 52 livros”, espreitem aqui.
O que li no mês de Janeiro – Desafio: 52 livros
1 . Um clássico do século XX – “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley
Este livro surpreendeu-me. Primeiro pensei que seria um daqueles livros de ficção científica num futuro distópico que não sou grande fã. Mas a verdade é que as semelhanças com a nossa realidade chocaram-me e fizeram-me reflectir.
No livro os personagens vivem condicionados e fazem parte de um mundo dito civilizado. Nesta dita civilização eles aboliram todos os problemas que poderiam prejudicar a estabilidade: ninguém tem peso a mais, ninguém tem rugas, ninguém sofre de doenças, aceitam a morte, aceitam o sexo com vários parceiros e não aceitam a exclusividade (monogamia), não existem pais nem mães nem família (todos nascem nas provetas) – aliás ninguém nasce, são todos fabricados. Na realidade aboliram imensas coisas boas (o amor de mãe e filho, a paixão, etc) em prol da tal estabilidade. Tudo é controlado e todos os personagens são condicionados por esse mundo.
Também nós somos condicionados, pela sociedade, pela cultura, pela família… e normalmente nem temos consciência que muitas vezes agimos em função desse condicionamento e não porque o pensámos e porque verdadeiramente o queremos.
Muitas vezes esquecemos-nos das possíveis razões que levam as pessoas a agir de determinada forma e julgamos os seus actos segundo a nossa própria realidade. Mas cada um vê a realidade da sua forma e tem uma diferente perspectiva do que acontece. Temos que fazer um esforço para nos pormos no lugar dos outros, mas só o conseguimos fazer se conhecermos bem a sua realidade.
Já de pequenos somos condicionados a ver o mundo de uma determinada forma e se agirmos de forma diferente, somos excluídos socialmente, tal como acontece neste livro.
2 . Um livro de desenvolvimento pessoal – “O Monge que Vendeu o seu Ferrari” de Robin Sharma
Este livro é de muito fácil leitura, mas o que mais gostei é que consegue reunir uma série de conceitos que tenho vindo a conhecer através de blogues e outras leituras.
É um livro que fala de como alcançar os nossos objectivos e de como abrandar o nosso ritmo de vida. Fala sobretudo de como aproveitar a vida e sermos felizes.
3 . Um livro a partir do qual foi feita uma mini-série – “Os Pilares da Terra” (Volumes I e II) de Ken Follett
Já tinha visto a mini-série há uns anos mas confesso que não me lembrava de quase nada da história. No início apenas me lembrava que a história girava em torno da construção de uma catedral, mas nem me lembrava bem dos personagens. À medida que ia lendo, fui recordando algumas coisas, mas ainda bem que não me lembrava de tudo pois tornou a leitura muito mais emocionante.
É uma história comovente, apaixonante e bastante trágica. As personagens estão sempre rodeadas das mais variadas tragédias que me deixaram muito triste por várias vezes.
Uma das coisas que descobri, é que realmente os livros completam muito mais as personagens. No livro nós sabemos o que é que as personagens estão a pensar e quais os tormentos que envolvem os seus pensamentos. Os filmes ou séries apenas nos guiam pela acção e apesar de nos levar também às lágrimas e ao riso, penso que não conseguem criar uma ligação tão próxima do leitor. Dei por mim várias vezes a sentir a dor das personagens e a sua alegria.
Outra coisa impressionante, é que apesar de todos os problemas que as personagens iam sofrendo, arranjavam sempre forma de ultrapassar os obstáculos. De uma maneira ou de outra, possuíam uma inspiração que lhes dava forças para continuarem. Mesmo no fim do livro, e depois de tantas provações, havia personagens felizes e que quase nem se lembravam dos maus bocados que sofreram, tal era a capacidade para viver no momento.
Agora estou curiosa por saber o resto, pois parece que a história continua, apesar de ter acabado. Pensava que eram apenas dois volumes, mas parece que o autor escreveu mais uma série de livros passados umas décadas mais tarde.
4 . Um livro sobre viagens – “Vagabonding” de Rolf Potts
Este livro foi uma surpresa – não era nada do que eu estava à espera. Pensei que era uma espécie de guia de como viajar a longo prazo, mas é muito mais que isso. O autor reflecte sobre o tema “Vagabonding” e define-o como sendo um forma pouco comum de ver a vida; é acerca do tempo e de como escolhemos utilizá-lo.
Depois de ler todas as reflexões do autor e não só (o autor compila também reflexões de outros viajantes), fiquei com muita vontade de experimentar esta forma de viver. Talvez um dia…
O que li no mês de Janeiro – Desenvolvimento Pessoal
“The Happiness Advantage” de Shawn Achor
Já falei um pouco deste livro aqui, e estou a preparar um pequeno resumo com as ideias principais do autor. No entanto, posso dizer que este é um livro sobre a felicidade e é baseado em estudos científicos.
Shawn dá vários exemplos de como a felicidade é uma vantagem tanto na vida pessoal como profissional. Ele diz que “Quando somos felizes – quando a nossa mentalidade e estado de espírito é positivo – nós somos mais inteligentes, mais motivados, e portanto mais bem sucedidos. A felicidade é o centro, e o sucesso gira à sua volta.”
“O Monge que Vendeu o seu Ferrari” de Robin Sharma
Este foi o segundo livro do “Desafio: 52 livros” que falei há pouco.
“The Power of Habit” de Charles Duhigg
Os hábitos são muito poderosos e este livro dá uma série de exemplos espectaculares do peso que os hábitos têm nas nossas vidas.
Gostei imenso deste livro, pois estava à espera de algo mais técnico de como construir um hábito e como acabar com os maus hábitos e afinal tornou-se um livro de histórias. O autor vai-nos dando a conhecer o poder do hábito através de várias histórias verdadeiras e estudos científicos.
No final do livro ele finalmente faz um resumo e explica de uma forma prática como podemos obter um novo hábito ou acabar com um mau hábito e deste modo tirar partido do conhecimento actual sobre esta matéria
O que vou ler no mês de Fevereiro – Desafio: 52 livros
5 . Um livro de poemas
Acho que nunca li um livro de poemas. O mais perto que cheguei foi na escola quando li alguns sonetos da Florbela Espanca. Como não conheço nada de poesia, decidi ler os “Novos Poemas Póstumos” de António Gedeão que me foi aconselhado pelo meu namorado. Estou curiosa!
6 . Um livro publicado no ano passado (2016)
Tenho ouvido falar muito no Valter Hugo Mãe e como me ofereceram o livro “Contos de cães e maus lobos” vou aproveitar esta oportunidade para o ler e conhecer este autor português contemporâneo.
7 . Um livro baseado numa história verdadeira
Já tinha começado a ler “O Homem em Busca de um Sentido” do Viktor E. Frankl, mas nunca fui capaz de o acabar. É um livro carregado de sentimentos e reflexões sobre o sentido da vida. É sobre Viktor Frankl, médico psiquiatra austríaco, que conta a sua história de sobrevivência num campo de concentração nazi.
8 . Um livro que tem por protagonista um arquitecto
Dada a minha formação em Arquitectura, achei interessante incluir um livro cujo protagonista fosse um arquitecto. Descobri “O Arquiteto de Paris” de Charles Belfoure. A história é passada em 1942 quando Paris está ocupada por tropas alemãs. O livro conta a história de um arquitecto que é contratado para projectar um esconderijo para um judeu.
O que vou ler no mês de Fevereiro – Desenvolvimento Pessoal
“Poder sem limites” de Anthony Robbins
Há muito que quero ler um livro deste autor e esta é uma óptima oportunidade para o fazer. Anthony Robbins é um coach muito famoso que ajuda as pessoas a alcançarem os seus sonhos. Encontrei o “Poder sem Limites” numa promoção e estou ansiosa por o começar a ler.
“Choose the life you want” de Tal Ben-Shahar
Tenho este livro em audiobook e como é uma forma de leitura que nunca experimentei, gostava de o fazer. Tal Ben-Shahar é professor na Universidade de Harvard e tem vários livros sobre felicidade.
“Tropeçar na felicidade” de Daniel Gilbert
Já tinha visto este autor num TED talk e desde logo fiquei fã. Como o nome indica é mais um livro sobre felicidade que espero partilhar depois um pouco com todos vocês.
E tu? Tens mais alguma sugestão que queiras acrescentar a estes temas de leitura?