2 Meses de Confinamento: Pesadelo ou Oportunidade?

2 meses de confinamento

2 meses de confinamento podem ser um pesadelo ou podem ser uma oportunidade para novas aprendizagens e criação de novos hábitos. Aproveitar essa adversidade foi a forma que tive de lidar com todo este evento de saúde que vivemos. Posso dizer-vos que me ajudou a implementar a minha rotina matinal e que, mesmo depois do confinamento, criou em mim certos hábitos que não foram propositados mas que só me trouxeram boas aprendizagens.


O que mudou após os 2 meses de confinamento


Comecei a usar mais as escadas

Pois é, deixei de usar o elevador. Moro no segundo andar e nestes anos todos que aqui vivo foram poucas as vezes que usei as escadas. E, na verdade, é muito mais agradável subir e descer as escadas, pois até têm iluminação natural e são arejadas. Descobri que uma das coisas que me impedia de usá-las era o facto de não fazerem parte da minha zona de conforto; eram uma espécie de “bicho papão”. Com o estado de emergência o “bicho papão” tornou-se o elevador e hoje com o desconfinamento uso-o apenas quando é essencial. Estou muito satisfeita com este novo hábito e devo confessar que nos primeiros dias até me custava a subir, mas agora já nem dou conta.


Comecei a fazer mais exercício físico

Descobri o fitness, pois, durante o estado de emergência, a empresa onde trabalho proporcionou aulas gratuitas desta modalidade e eu experimentei. Já sabem que não perco uma oportunidade de fazer algo novo. Nunca gostei deste tipo de treino e nunca gostei de ir ao ginásio. Acabei por gostar destas aulas em casa e neste momento fazem parte da minha rotina. É uma forma de cultivar o meu bem estar e noto uma evolução clara na minha forma física.

Para além disso, durante o confinamento comecei a visualizar-me a correr (vai-se lá saber porquê). Mais uma vez lancei-me ao desafio, pois correr foi algo que nunca gostei. Com algum receio de não aguentar, fui correndo ao meu ritmo e fui evoluindo aos poucos. Hoje adoro correr e quero continuar com este hábito e progredir na minha corrida.


Aprendi a poupar na conta do supermercado

Tenho o supermercado mesmo pertinho da minha casa. Ainda assim habituei-me a ir lá de carro quando chegava do trabalho. Raramente ia fazer grandes compras a pé, até porque preferia um outro supermercado um pouco mais distante.

No inicio foi desafiante porque queria ir o mínimo de vezes possível ao supermercado e não conseguia carregar tudo de uma vez para casa. Rapidamente adoptei estratégias para o conseguir fazer e levava uma mochila onde colocava as compras mais pesadas, tornando mais fácil levar os sacos nas mãos. Agora só levo para casa apenas aquilo que realmente necessito. Aprendi a gerir melhor aquilo que compro, pois levo menos coisas nos sacos e com isso acabo por poupar na conta do supermercado.


Encontrei estratégias para uma alimentação mais saudável

No seguimento das minhas idas ao supermercado, e para não vir tão carregada, deixei de comprar certas coisas que não são tão saudáveis. Comprando apenas e só alimentos saudáveis e nutritivos, acabei por não ter em casa alternativas menos saudáveis e quando me apetecia um snack a meio da manhã ou da tarde, não tinha opção. Deixei de comer bolachas e como menos chocolates. E como já deixei praticamente de comer carne e peixe em casa, quase me tornei vegetariana.


Comecei a andar mais vezes descalça

Uma das coisas que mais gostei na Tailândia é que podia andar descalça em todo o lado. Adoro fazê-lo, no entanto o pavimento da minha casa é em mosaico e normalmente sinto frio nos pés.

Quando comecei a descalçar os sapatos à entrada de casa sempre que saía, comecei a andar mais vezes descalça ou de meias em casa. Mesmo que passado algum tempo volte a calçar qualquer coisa, a verdade é que sinto uma grande liberdade ao descalçar-me quando chego a casa. Para além disso, ainda tem outra vantagem que nunca me tinha ocorrido: o chão da casa fica muito mais limpo, tornando a limpeza mais eficaz.


Comecei a gostar de ir a pé para a praia

Moro em Armação de Pêra a 7 minutos a pé da praia. No entanto, sempre fui de carro para a praia seguinte. Normalmente a praia de Armação tem muita gente no Verão e é envolvida pelos edifícios da vila (lembro-me uma vez de estar na praia e ouvia a conversa das pessoas que estavam numa varanda). Como gosto mais de estar tranquila e sem muita gente à minha volta, vou sempre para a praia Grande de Pêra que se situa a 5 minutos de carro.

Como deixei de usar o carro devido ao confinamento, experimentei ir à praia a pé, logo após o estado de emergência. Normalmente quando chego a uma praia costumo andar um pouco junto ao mar para me afastar das pessoas e escolher um local mais reservado. Aqui fiz o mesmo. Cheguei à praia e achei que havia muitas pessoas, pelo que fui andando junto ao mar. Quando dei por mim estava quase na minha praia preferida. E foi assim que descobri que posso ir à praia a pé e que até se torna um passeio muito agradável.

Todas estas aprendizagens contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e muitas delas continuam a ser desafiantes e a fazer-me crescer. Sinto-me grata por ter tido esta oportunidade de sair novamente da minha zona de conforto. Não posso dizer que gostaria de o repetir, no entanto sinto-me feliz por ter conseguido superar mais alguns limites e de ter aprendido com eles.


E tu? Que aprendizagens tiraste nestes 2 meses de confinamento?

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