Desde que escrevo neste blog que a escrita me tem surpreendido. Não só tenho desenvolvido essa capacidade, como tem sido uma excelente forma de me descobrir. Às vezes estou tão concentrada no que estou a escrever que quase não penso e com este “não pensar” acabo por escrever coisas que ainda não me tinha apercebido.
Não escrevo só no blog, escrevo também noutros formatos e todos eles me ajudam a reflectir sobre alguma coisa. Ficam aqui alguns exemplos de coisas que escrevo:
Artigos para o blog
É aqui que mais tenho escrito. Escrevo as minhas experiências e ao fazer isso estou a interiorizar tudo aquilo que tenho pensado e aprendido ao longo destes últimos meses e também da minha vida.
Estou sempre a identificar os temas que me preocupam e o que vou aprendendo, para que possa investigar e escrever sobre estes assuntos mais tarde. Não estava habituada a pensar tanto sobre o que me rodeia, sobre o que me influencia, sobre os meus actos. No entanto, desde que escrevo consigo ter mais consciência perante os acontecimentos do dia-a-dia.
Comentários aos meus leitores
Tenho tido vários comentários aos meus artigos, tanto aqui no blog como no Facebook, e respondo sempre a todas as pessoas que se identificam de alguma forma com o que escrevo.
Muitas vezes, quando estou a responder (e a pensar no que vou responder), descubro mais uma parte de mim. Por exemplo, há uns dias uma amiga comentou o artigo Uma Confissão Que Me Vai Fazer Mudar, e contava-me que também ela tem dificuldades em fazer algumas coisas sozinha mas que essa situação não a aflige. Isso fez-me pensar no que realmente me aflige e ao escrevê-lo apercebi-me que o que realmente me aflige é o facto de deixar de fazer coisas que gosto só porque nessa altura estou sozinha.
Desta forma, percebi que posso aprender muito com os meus leitores e amigos e que quanto mais partilhar com eles, melhor me vou conhecer.
Diário das coisas boas
Já falei um pouco deste diário aqui e provavelmente irei falar dele mais vezes. Na altura pareceu-me apenas uma forma de ser mais positiva, mas na realidade tem sido muito mais que isso.
Todos os dias escrevo pelo menos 3 coisas boas que aconteceram nesse dia. Às vezes não é fácil, mas encontro sempre alguma coisa na minha memória que me fez sorrir nesse dia.
Este exercício não só me permite identificar melhor as coisas que me fazem feliz (e que realmente me interessam) como me está a ajudar a perceber melhor o que quero fazer mais na minha vida.
Apercebi-me que com frequência escrevo que gostei de falar com este ou com aquele amigo que não falava há muito tempo. Então talvez esteja na hora de falar mais com essas pessoas. Apercebi-me que muitas vezes escrevo que fiquei feliz porque me lembrei de agradecer a alguém um determinado gesto e que essa pessoa ficou muito contente por o ter feito. Então talvez tenha que começar a identificar essas situações para o poder fazer com mais regularidade.
Às vezes são as pequenas coisas que tornam o nosso dia mais feliz, e ao identificá-las posso tentar fazê-las com mais frequência.
Listas
Gosto imenso de fazer listas, não só listas de tarefas, mas listas de tudo e mais alguma coisa. Tenho listas de livros que quero ler, de filmes que quero ver, de sítios que quero ir, de actividades que quero fazer sozinha, de artigos que quero escrever, de objectivos que quero alcançar, de coisas que me fazem feliz,…
E o que aprendo com as listas? Na realidade não é só uma forma de organização. Quando começo a escrever uma lista, estou a fazer escolhas (se algo não entra na lista é porque não é importante). Estas escolhas tornam-se relevantes pois muitas vezes é quando percebo que algo deixou de fazer sentido para mim. Muitas vezes o que era importante para mim numa dada altura da minha vida, deixa de o ser. Outras vezes apercebo-me que uma determinada ideia da minha lista não contribui para os meus objectivos e que portanto não faz sentido estar ali presente.
Ainda acerca das Listas
Enquanto estou a escrever estas palavras, apercebi-me que tenho que levar as minhas listas mais a sério. Apesar de ter várias listas e gostar de as fazer, muitas delas não são tidas em conta nem no meu dia-a-dia nem a longo prazo. Por exemplo, tenho uma lista de filmes que gostava de ver e ainda ontem estive a ver outras coisas na televisão (apenas para passar o tempo pois estava com dores de garganta e dores de cabeça e não me apetecia fazer nada) quando poderia ter visto um dos filmes da minha lista. Outro exemplo, tenho uma lista de lugares que gostava de visitar em Lisboa, mas quando lá vou não aproveito para fazer essas coisas.
Portanto, fazer listas ajuda-me a fazer escolhas, mas terei que levar estas listas mais a sério ou arranjar uma forma mais eficiente de as fazer. Alguma sugestão?